Dezembro chegou! Que mês fofo!
Época de panetones, ceia com a família, peru, enfeites... Tudo lindo!
Os que possuem registro em carteira, recebem o tão esperado 13º salário,
e alguns ganham até bônus por ter alcançado metas absurdas que só um bom
“chefe” sabe delegar!
As pessoas estão mais amorosas, mais reflexivas, mais caridosas! É o mês
(para muitos), de ofertar diversas caixinhas de Natal e fazer o bem sem olhar a
quem! Que bonito, não é?
SÓ QUE NÃO!
Quer saber? Eu já estou farta por ter o meu silêncio interrompido, ao
menos três vezes por semana por alguns coletores de lixo, que, aos berros
anunciam: “olha a caixinha de Natal do lixeiro”!
Ás vezes a insistência é tamanha, que fico até intimidada pensando:
“será que se eu não der a caixinha este ano, eles não mais levarão o meu
lixo?" Vai saber!
Eu sei que não há obrigação para uma contribuição natalina, mas tudo
isso já está virando coação por parte de alguns funcionários da prefeitura...
Andando por aí, me dei conta de que existem diversas caixas enfeitadas
com motivos natalinos (espalhadas como pragas) em todos os lugares! É na
padaria, no mercadinho, no posto de gasolina, no estacionamento e por aí vai...
Esta semana, por exemplo, ocorreu algo curioso! Eu nem lembrava que em
minha rua tinha garis! E não é que eles apareceram tirando matinho por matinho
da minha calçada? Ah! É claro! Depois tocaram a campainha e pediram a famosa
caixinha de Natal!
Mas o melhor de todos é o entregador de jornal, que nunca vejo a cara do
indivíduo! Só sei que o mesmo existe porque acordo quase todos os dias às 5:30 da
manhã com o barulho da moto (que nem para), e do jornal se espatifando em algum
canto de minha garagem, (muitas vezes, escondido embaixo do carro ou entre as
plantas do jardim)... Por ser dezembro (mês de muito amor no coração e
benevolência), ele toca a minha campainha, se apresenta e pede, sem cerimônia,
adivinha? A tal caixinha de natal!
A lista não para por aí! Tem o carteiro, a manicure, a faxineira, o
rapaz que dá banho na cachorrada, e assim por diante, porém esses fazem parte
do meu dia a dia (são profissionais liberais e autônomos) que não recebem 13º salário,
(assim como eu) e não pedem caixinha de natal (assim como eu)! Fica ao meu
critério, contribuir ou não.
Você aí que ralou o ano todinho, saiba que tem muita gente cobiçando uma
parcela do seu suado dinheirinho, afinal de contas, é NATAL! Todos estão mais
emotivos e precisam pensar no próximo, senão Deus castiga...
Como se não bastasse os impostos absurdos que pagamos dia após dia,
ainda precisamos “reservar” todo santo ano, um dinheiro extra para colaborar
com o natal alheio?
Sei que isto é algo particular, mas como este ano foi marcado por tantas
e tantas falcatruas políticas, me sinto reflexiva e desmotivada sobre esta
questão.
Não sou uma ONG ambulante! Quero contribuir quando o meu coração mandar
e não por obrigação, por imposição.
Isso não é egoísmo, mas sim uma reflexão sobre como muitas pessoas
querem abusar de nossos mais profundos valores.
Eu faço o bem o ano todo com contribuições e ações dignas. Procuro
respeitar o próximo e agir com cidadania! Não sou aquela que faz o bem somente
quando chega dezembro!
Não posso ser responsabilizada pelo 13º salário de funcionários que não
registrei! Não é sempre que estou disposta a colaborar!
A propósito... Garanto que você já está com aquele espírito natalino em
seu coração... Ouvindo Simone... Comprando presentes... É a própria bondade em
pessoa...
Por acaso, você gostaria de anotar o número da minha conta?
Sei lá... Quem sabe... Não custa tentar!
Feliz Natal!!!
"Deve-se doar com a alma livre, simples, apenas por amor,
espontaneamente!"
(Martinho Lutero)
Por: Adriana Adriano :)
Por: Adriana Adriano :)